terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Roma no tempo de Messalina e um herdeiro Magalhães

A revista História Viva do mês de Dezembro (número 63) traz um dossiê sobre o Império Romano nos tempos de Messalina, esposa do Imperador Cláudio, que governou o império por mais de 15 anos a partir de janeiro de 41 dC. A corrupção e o jogo de influência nos bastidores da política romana mostra que o poder público e o poder privado eram uma mesma coisa - distribuição de cargos, traições, conspirações, alianças escusas e assassinatos, faziam parte deste cenário. Perfeitamente e historicamente aceitável para um império da antiguidade, onde existia uma fusão entre religião, honra, destino, tradição e política. O que não é aceitavél é este tipo de situação na atual república brasileira, onde o poder público e o privado estão juridicamente organizados. Os políticos brasileiros insistem em confundir estas duas esferas, agem como nos tempos de Roma. Um exemplo e a reportagem da Revista Veja (número 2092 de 24 de dezembro 2008) intitulada - Um candidato à família Magalhães - onde o filho de Luís Eduardo Magalhães, fruto de um relacionamento extraconjugal, reivindica parte da herança do avó. Até este ponto perfeitamente e juricamente aceitávél, mas o que causa indignação é que a mãe do adolescente recebeu um cargo público com um salário de R$ 8.255 sem comparecer ao serviço, segundo a reportagem para não revelar este "desvio de conduta" do "honrado político". Parece que Brasilia é a Roma dos tempos atuais. Vale a pena ler os dois textos e refletir...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

INDEPENDÊNCIA OU MORTE - O GRITO PARA SALVAR UM IMPÉRIO EM DECADÊNCIA


A revista História Viva do mês de setembro de 2008 (edição 59) trás uma texto sobre o famoso grito de D. Pedro que simboliza (va) a independência do Brasil - A INVENÇÃO DO GRITO. O texto desmistifica a idéia que o processo de ruptura com a metrópole portuguesa esta ligado ao "ato heróico" do monarca brasileiro as margens do riacho do Ipiranga. Não existe na historiografia nenhuma informação (cartas, jornais, revistas, diários, etc) que a "cena" realmente existiu.
Esta visão sedimentada nas escolas e pela iconografia representada pelo quadro de Pedro Américo - O Grito do Ipiranga (1888) - não passa de uma exaltação da monarquia brasileira em um período de franca decadência, a pintura foi realizada um ano antes da Proclamação da República. Em tempos de crise é sempre bom encontrar deuses e ou heróis para tentar reverter a situação. Vale a pena conferir.


Você também pode ler sobre este mesmo assunto na Revista de História da Biblioteca Nacional de 01/11/2005 - A invenção do grito - Cecília Helena de Salles Oliveira - http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=769&pagina=2

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

FLORESTAS DO FUTURO - EMISSÃO DE CO2 = ÁRVORE PLANTADA



O Site http://www.florestasdofuturo.org.br/ tem como objetivo a preservação das florestas e o plantio de árvores nativas visando a recuperação de áreas afetadas pelo desmatamento. A intenção e alertar a sociedade civil e a iniciativa privada que preservar e plantar árvores é a solução para melhorar a qualidade de vida em nosso planeta.
Hoje em dia todos utlizam meios de tranporte que poluem o meio ambiente ou consomem algum tipo de alimento que pode estar vindo de uma área que sofreu desmatamento. Levando em conta que somos "Homo poluents" o iternauta pode calcular a quantidade de carbono emitida direta ou indireta e saber quantas árvores deve plantar por ano para não ficar em dívida com a natureza. O site da Fundação Mata Atlântica permite o cadastramento e a participação efetiva já que o usuário pode como uma pequena contribuição de R$ 12,00 por árvore (muito pouco se tratando de salvar o ecossistema) plantar em um área de preservação ambiental a escolher. Visite!!! a natureza agradece... EMITIU CO2 - PLANTE UMA ÁRVORE.


sexta-feira, 25 de julho de 2008

NOVO EXEMPLO PARA A HISTÓRIA - IMPUNIDADE NAS TERRAS DE CABRAL...

UM SIMPLES MORTAL NO BRASIL DEVE APENAS CUMPRIR A LEI. JÁ SENDO UM MORTAL POLÍTICO A LEI É UM MERO DETALHE. O ILUSTRE GOVERNADOR DO RIO SÉRGIO CABRAL PODE DIRIGIR LIVREMENTE COM OS SEUS 34 PONTOS NA CARTEIRA. SEGUNDO O "NOBRE" CONDUTOR ELE NÃO TEM CULPA. CERTAMENTE UM SIMPLES MORTAL IRÁ PAGAR POR ESTA CALÚNIA...PARA ISSO EXISTE LEI.
DICA: QUANDO ESTIVER PARA PERDER A CNH UTILIZE A HISTÓRIA DE CABRAL.
CONFIRA A REPORTAGEM DO JORNAL O DIA.


Cabral soma 34 pontos na CNH e não perde licença
Sexta, 25 de julho de 2008, 06h03 Atualizada às 06h05

A lista do Detran com o nome de motoristas cujo direito de dirigir foi suspenso pode ganhar integrantes ilustres. Levantamento feito por O Dia mostra que o governador Sérgio Cabral ultrapassou o número de pontos em sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em 2007, mas o documento não foi cassado até hoje.
No ano passado, Cabral levou nove multas - que somam 34 pontos. Todas as infrações foram cometidas em intervalo inferior a 12 meses. Em sete desses processos, a decisão foi definitiva, não cabendo, portanto, mais nenhum recurso administrativo: as multas foram pagas e os pontos, anotados.
Entre as infrações atribuídas ao governador estão: trafegar em velocidade superior à permitida, executar operação de retorno em locais proibidos, avanço de sinal vermelho, dirigir usando celular, desobedecer agente de trânsito e até transpor bloqueio rodoviário sem autorização.
Segundo o Detran, os motoristas que atingem 20 pontos em um período de 12 meses devem perder o direito de dirigir. O presidente do Detran, Sebastião Faria, no entanto, afirma que ainda cabem recursos para contestar a aplicação dos pontos nos prontuários de Cabral. "São dois processos diferentes. Para os pontos, ainda haverá um outro procedimento", diz.
Ao todo, de outubro de 2005 até hoje, o governador contabilizou 23 multas e 69 pontos. Quando chegam à pontuação máxima, os condutores devem ser comunicados por meio de cartas.
O prazo de entrega da habilitação para quem não tem mais como recorrer é de 48 horas após receber a notificação. Além de devolver a carteira ao Detran, o infrator deve passar por curso de reciclagem oferecido gratuitamente pelo estado e passar por prova teórica.
De todas as multas nos últimos três anos de Cabral, 18 foram pagas em um total de R$ 2.819,89. Em cinco casos, o governador ainda deverá recorrer, pois a autuação ainda não foi quitada. A maioria das multas do governador foi registrada em áreas da zona sul e da Barra da Tijuca. Há também incidentes ocorridos em outros municípios, como Niterói e Nova Iguaçu.
Outros veículosA maioria das punições são atribuídas ao seu Toyota Corolla, mas há casos em que o governador assumiu multas de outros carros que não estão em seu nome. Um exemplo é a infração cometida no dia 30 de março de 2006, no valor de R$ 574,62.
Um Toyota Corolla, na época no nome de outro proprietário, cometeu infração gravíssima (que corresponde a perda de sete pontos) por excesso de velocidade na Linha Vermelha. No Detran, consta que a penalidade já foi paga.
Detran garante suspensãoO Detran garantiu que vai suspender o direito de dirigir de todos os motoristas que ultrapassarem os 20 pontos na carteira de motorista. "Vai ser instaurado processo para suspender o direito de dirigir contra qualquer pessoa que atingiu os 20 pontos sem que haja possibilidade de recurso", garantiu Flávio Horta Junior, coordenador de Julgamento dos Condutores do Detran, sem mencionar o nome de Sérgio Cabral.
Segundo ele, o órgão vai divulgar novas listas de condutores suspensos conforme consolidar os dados sobre as infrações. A estimativa do Detran é de que outros 100 mil motoristas percam o direito de dirigir por período de um a 12 meses.
Flávio Horta ressaltou que a Prefeitura do Rio só enviou dados consolidados sobre infrações anotadas pela Guarda Municipal e por pardais há apenas um mês e meio - o que atrasou a liberação de novas listas.
Governador constesta

O governador Sérgio Cabral, por sua assessoria, alegou que nunca dirigiu o veículo multado no período mencionado pela reportagem.
"É público e notório que o governador faz seus deslocamentos em veículos oficiais. O automóvel citado era, entre janeiro e outubro de 2007, conduzido por mais de um motorista, em sistema de revezamento, para atender à residência do governador. O governador desconhecia, até então, tais fatos e vai solicitar que os motoristas infratores informem ao Detran as suas responsabilidades quanto às irregularidades listadas", afirmou, em nota, a assessoria de Cabral.

O Dia

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

A ORIGEM DA VIDA E DO HOMEM - VALE A PENA CONFERIR...


A reportagem da Folha Online comenta sobre o livro e onde encontrar.

20/01/2008 - 12h13
Livro discute a origem da vida, a seleção natural e a evolução das espécies
da Folha Online


A origem da vida é um tema que sempre atrai o interesse do homem. A curiosidade em saber como a existência começou e como os diferentes seres vivos se tornaram o que são hoje é uma das principais questões da biologia. Para a maior parte dos cientistas a resposta está na evolução.
Reprodução

Livro mostra a adaptação e a sobrevivência dos seres vivos no planeta
No livro "Evolução", da "Série Mais Ciência", da Publifolha, o autor David Burnie discute o processo evolutivo, explica o desenvolvimento das espécies, oferece evidências e explicações sobre as causas da evolução e como funciona a seleção natural. Em linguagem simples e de fácil entendimento, o volume ilustrado apresenta conceitos científicos de maneira acessível e prática.
"A evolução é um processo gradual de mudanças químicas e físicas que começaram antes mesmo do surgimento da vida propriamente dita, e continua até hoje", explica o autor.
As adaptações dos animais, a evolução de parasitas e hospedeiros a extinção de espécies são outros assuntos abordados ao longo do livro. Sobre a origem da vida o volume traz um capítulo especial que discute os diferentes posicionamentos de especialistas. "Uma possibilidade é que os primeiros seres vivos da Terra já tenham chegado do espaço formados, mas a maioria dos cientistas não está convencida disso e acredita que a vida na Terra surgiu a partir de matéria não-viva".
Para responder as dúvidas sobre os seres humanos o capítulo "A origem humana", discute a evolução da família de hominídeos, traz dados de paleoantropólogos e diferentes teorias sobre como os humanos.
Na última parte, o livro debate o futuro da evolução e traz ainda um glossário com os termos usados, um índice de palavras e dicas de leituras complementares e endereços interessantes na internet.

Os volumes da "Série Mais Ciência" são ricamente ilustrados e trazem temas importantes da atualidade, explicados por especialistas em uma linguagem clara e acessível.
"Evolução"Autor: David BurnieEditora: PublifolhaPáginas: 72
Quanto: R$ 16,90Onde comprar: Nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Publifolha


quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

FAMÍLIA REAL NO BRASIL - O OUTRO LADO DA HISTÓRIA

Um texto grandioso da historiadora Mary Del Priore, vale a pena ler e refletir sobre a vinda da família real e a questão da mulher historicamente discriminada.

De comemorações e esquecimentos
Mary Del Priore - O Estado de S.Paulo - domingo, 6 de janeiro de 2008

- 2008 está aí e o assunto será a comemoração dos cem anos da vinda da família real para o Brasil. Há de chover livros, artigos e entrevistas. E como toda a efeméride, esta vai colocar muito assunto em cena, para esconder outros. No Rio de Janeiro fala-se até em lançar a fragata que trouxe D. João VI ao mar. Mas paira um silêncio de morte sobre medidas contra a permanente sujeira, abandono e violência da cidade... Isto tudo para dizer que as lições da história existem. Por exemplo, aquelas sobre o descaso das autoridades são permanentes. Faço esta associação, pois os desdobramentos da "fuga dos Bragança" atingiram um dos temas mais recorrentes da imprensa: o da educação. E o da educação feminina, em particular. Explico-me: a vinda da Corte multiplicou o número de escolas de todo o tipo na capital. Desde pequenos pensionatos, para onde a aluna levava "cama & roupa", até grandes escolas chiques, onde se aprendia de mitologia grega à química. Os professores particulares eram legião: italianos ensinavam a dançar "com graça e garbo", os franceses, a tocar piano e manter a postura, os ingleses, a equitação.Começa, neste período, uma preocupação com a educação feminina. Os estrangeiros de passagem se chocavam com a ignorância da brasileira, com sua falta de interesse por livros, história ou conhecimentos gerais. Não havia assunto de conversa. Era, como de diz hoje, "da mão à boca". Umas rústicas. Pior: pareciam se comprazer nesta situação. Mas tinha uma desculpa. Eram as vítimas do machismo. O mal não era só brasileiro. A Revolução Francesa, que prometeu igualdade política para as mulheres, cortou a cabeça das impertinentes, que ousaram cobrar medidas para melhorar a situação de suas irmãs. Quando imperador, Napoleão foi entrevistado por uma lenda da época: Mme de Stäel, escritora fina e bonita. Que mulher gostaria de condecorar? E o soldado, na lata: "a que tivesse mais filhos!"Mas é aí que aparece uma brasileira notável. Nísia Floresta: educadora, jornalista e escritora. Nascida em 1810, jovem percebeu a necessidade de investir no ensino feminino. Seus escritos se multiplicaram em jornais e livros. O bordão: era preciso educar a mulher. Tirá-la da mistura explosiva do preconceito masculino, misturado às tradições paternalistas e à utilidade que existia em ter uma doméstica em tempo integral. Seu livro, Direitos da Mulher, Injustiças dos Homens, é uma declaração de guerra contra os que considerava "nossos inimigos". Muito cedo jornais femininos começaram a circular: o Espelho Diamantino, o Jornal de Variedades, o Espelho das Brasileiras. E entre uma receita de bolo e outra para ser feliz, o mesmo assunto: a educação da mulher.Parece incrível que no bojo destas comemorações ninguém se dê conta de como o assunto já estava em pauta há cem anos. E dos poucos avanços realizados. O número de adolescentes grávidas está fora de controle. O das jovens envolvidas com o tráfico de drogas só aumenta. E o descaso pela escola e seus mestres tem mais de cem anos! O que me espanta é que houve conquistas: quantas brasileiras educadas não ocupam, hoje, postos de comando? São políticas bem sucedidas! Mas o que têm feito pela educação de suas semelhantes? Pouco ou nada. O exemplo de Júlia Carepa ou Ângela Guadagnin é emblemático. Como no tempo de suas avós, continuam levando "da mão à boca"! E na falta do que fazer, festejam...

*Mary Del Priore é historiadora, sócia honorária do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e autora de O Príncipe Maldito...(Objetiva, 2007)

POUCA COISA MUDOU - BICENTENÁRIO DA FUGA DA FAMÍLIA REAL FOI COMEMORADO NA BA

Segundo a reportagem do Estadão (texto de Paulo Leandro) pouca coisa mudou nestes últimos 200 anos. O príncipe regente D. João VI, autoridade máxima de Portugal, já que a rainha D. Maria I estava "doente dos nervos", chegou "fugido " junto com sua Corte. Foi recebido em terras brasileiras por uma população que olhava aquela movimentação com grande estranheza, mas vindo de Portugal era exploração na certa. Duzentos anos mais tarde o governador Jaques Wagner (PT), autoridade maior da Bahia, desembarcou com outras "inúmeras autoridades" para comemorar a data histórica. O povo novamente deve ter olhado com estranheza e pensado..."vindo do governo brasileiro boa coisa não deve ser".

Veja a reportagem abaixo:

SALVADOR - Uma parada naval comemorou hoje, em Salvador, o bicentenário da chegada da família real portuguesa, que autorizou a abertura dos portos, entre outras providências, para fortalecer a economia da Colônia, no período anterior à Independência do Brasil. O navio Cisne Branco zarpou do porto da capital baiana para a Barra, onde ancorou próximo ao Forte de Santa Maria, diante da multidão presente na balaustrada.A parada teve a participação do governador Jaques Wagner (PT), convidado a embarcar no Cisne Branco, que comandou o desfile de 12 embarcações. Construído em estaleiros holandeses, o navio é uma réplica das embarcações típicas do século XIX, como as que chegaram ao Brasil, vindas da Europa, em guerra por causa da expansão francesa, comandada pelo general Napoleão Bonaparte e que provocou a fuga da família real portuguesa para a principal possessão.Segundo o presidente da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro, a esquadra da família portuguesa causou apreensão depois de ser avistada do Forte de São Marcelo, situado à entrada da Baía de Todos os Santos. "O primeiro navio tinha a bandeira britânica e assustou os baianos", afirmou. Castro acrescentou que os baianos só ficaram mais tranqüilos depois de confirmarem que as outras três caravelas exibiam o distintivo português. O conde da Ponte, João de Saldanha da Gama, então governador da Bahia, organizou a recepção à família.Como curiosidade, muitos dos portugueses estavam com a mesma roupa desde o embarque, em Lisboa, em novembro de 1807, e a alta incidência de piolhos forçou o corte do cabelo de grande parte dos integrantes da alta cúpula, incluindo a princesa Carlota Joaquina. O prefeito João Henrique (PDT) foi a primeira autoridade a chegar ao porto para a festa marítima, que começou por volta das 6h30, quando estava na Barra o industriário aposentado Pedro Teixeira. "Hoje, já não se dá valor a um fato histórico desse, mas a meninada precisa aprender sobre o Brasil", disse.