Segundo a reportagem do Estadão (texto de Paulo Leandro) pouca coisa mudou nestes últimos 200 anos. O príncipe regente D. João VI, autoridade máxima de Portugal, já que a rainha D. Maria I estava "doente dos nervos", chegou "fugido " junto com sua Corte. Foi recebido em terras brasileiras por uma população que olhava aquela movimentação com grande estranheza, mas vindo de Portugal era exploração na certa. Duzentos anos mais tarde o governador Jaques Wagner (PT), autoridade maior da Bahia, desembarcou com outras "inúmeras autoridades" para comemorar a data histórica. O povo novamente deve ter olhado com estranheza e pensado..."vindo do governo brasileiro boa coisa não deve ser".
Veja a reportagem abaixo:
SALVADOR - Uma parada naval comemorou hoje, em Salvador, o bicentenário da chegada da família real portuguesa, que autorizou a abertura dos portos, entre outras providências, para fortalecer a economia da Colônia, no período anterior à Independência do Brasil. O navio Cisne Branco zarpou do porto da capital baiana para a Barra, onde ancorou próximo ao Forte de Santa Maria, diante da multidão presente na balaustrada.A parada teve a participação do governador Jaques Wagner (PT), convidado a embarcar no Cisne Branco, que comandou o desfile de 12 embarcações. Construído em estaleiros holandeses, o navio é uma réplica das embarcações típicas do século XIX, como as que chegaram ao Brasil, vindas da Europa, em guerra por causa da expansão francesa, comandada pelo general Napoleão Bonaparte e que provocou a fuga da família real portuguesa para a principal possessão.Segundo o presidente da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro, a esquadra da família portuguesa causou apreensão depois de ser avistada do Forte de São Marcelo, situado à entrada da Baía de Todos os Santos. "O primeiro navio tinha a bandeira britânica e assustou os baianos", afirmou. Castro acrescentou que os baianos só ficaram mais tranqüilos depois de confirmarem que as outras três caravelas exibiam o distintivo português. O conde da Ponte, João de Saldanha da Gama, então governador da Bahia, organizou a recepção à família.Como curiosidade, muitos dos portugueses estavam com a mesma roupa desde o embarque, em Lisboa, em novembro de 1807, e a alta incidência de piolhos forçou o corte do cabelo de grande parte dos integrantes da alta cúpula, incluindo a princesa Carlota Joaquina. O prefeito João Henrique (PDT) foi a primeira autoridade a chegar ao porto para a festa marítima, que começou por volta das 6h30, quando estava na Barra o industriário aposentado Pedro Teixeira. "Hoje, já não se dá valor a um fato histórico desse, mas a meninada precisa aprender sobre o Brasil", disse.
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