A revista História Viva do mês de Dezembro (número 63) traz um dossiê sobre o Império Romano nos tempos de Messalina, esposa do Imperador Cláudio, que governou o império por mais de 15 anos a partir de janeiro de 41 dC. A corrupção e o jogo de influência nos bastidores da política romana mostra que o poder público e o poder privado eram uma mesma coisa - distribuição de cargos, traições, conspirações, alianças escusas e assassinatos, faziam parte deste cenário. Perfeitamente e historicamente aceitável para um império da antiguidade, onde existia uma fusão entre religião, honra, destino, tradição e política. O que não é aceitavél é este tipo de situação na atual república brasileira, onde o poder público e o privado estão juridicamente organizados. Os políticos brasileiros insistem em confundir estas duas esferas, agem como nos tempos de Roma. Um exemplo e a reportagem da Revista Veja (número 2092 de 24 de dezembro 2008) intitulada - Um candidato à família Magalhães - onde o filho de Luís Eduardo Magalhães, fruto de um relacionamento extraconjugal, reivindica parte da herança do avó. Até este ponto perfeitamente e juricamente aceitávél, mas o que causa indignação é que a mãe do adolescente recebeu um cargo público com um salário de R$ 8.255 sem comparecer ao serviço, segundo a reportagem para não revelar este "desvio de conduta" do "honrado político". Parece que Brasilia é a Roma dos tempos atuais. Vale a pena ler os dois textos e refletir...